Thursday, July 27, 2006

BIOGRAFIA DO BLOGUEIRO

O Geraldo continua o mesmo. Frase feita das mais feitas que já vi, incrível como exprime bem a realidade. Por que o Geraldo é uma rocha, estático nos seus princípios ao mesmo tempo em que maleável na superficialidade de sua retórica alucinada.Na superfície, Geraldo é amoral. Quer apavorar as dóceis menininhas, quer engabelar a esquerda corporativista, foder com as minorias e tudo mais. Um niilismo avassalador, como o de alguém sem princípios. É tudo uma mentira. Geraldo é daqueles mineiros interioranos, que não te deixam ir embora sem oferecer uma xícara de café. Humano pra caralho e sedutor como poucos, olhar rápido e atento sobre as nossas arestas humanas. Ácido quando se faz necessária acidez, professor estúpido que não liga muito para as vaidades dos alunos mais arrogantes. Ou os superprotegidos pelo seu ego.Geraldo voou...alcançou a iluminação. No topo da montanha, não viu nada. Carrega com amargor o vazio de um nada gigantesco, um nada tão intenso e palpável que lhe atordoa, percepção elevada um tanto quanto distante dos meros mortais. Geraldo ri um riso triste, tristeza de uma utopia.Utopia de um mundo de verdade. Um mundo de humanidade. Sem atravessadores. Um mundo de mesa de bar com amigos, mundo de sensibilidade e reação às idéias, tornadas mais importantes que as posses. Um mundo de verdadeiros irmãos se digladiando com pureza na busca da verdade. Geraldo é moralista, na verdade.Geraldo é ingênuo. Uma criança que sofre. Monstro intelectual, mestre dos atalhos e das coisas da vida, Geraldo vive meio perdido, parece. Sangrando, o tempo todo, de um jeito que a gente sangra só às vezes, nos nossos momentos mais iluminados de reflexão existencial.E eu que pensava que eu era o Geraldo. Mas o Geraldo é muito mais eu que eu mesmo. Já invadiu muito mais salas, internas e externas, mijou muito mais sangue que eu, conquistou territórios e aproximou-se de objetivos, perdeu tudo, ganhou de novo. Fez tudo isso muito mais vezes que eu, e continua vivo como eu nunca imaginei que fosse possível alguém fazer.As palavras medidas com régua, a ironia com um garçom psicopata neo-nazista, os planos mirabolantes jogados ao vento, tudo um conjunto imagético pré-fabricado, como a testar teu vôo e teu raciocínio. Um encontro de muito sentimento, de um cara meio sozinho de adversários intelectuais e camaradas do peito, mas que não exclui a obrigação de uma boa e velha contenda.Não se enganem, Geraldo sabe as regras do jogo. Sabe onde está o dinheiro e a realização material/profissional. Só não sabe o que fará para se despojar do seu eu, para poder consegui-lo. No meio do caminho, fica em dúvida se inclusive quer isso. Ao contrário de muita gente que eu conheço, Geraldo daria uma péssima puta.(André Montanher)

2 comments:

Unknown said...

Maravilha, finalmente o Mestre abriu seu próprio botequim! E começou com tudo, belo texto do André. Mas bem que você poderia, Geraldo, achar aquele poema que escrevi no tempo de faculdade, lembra? Geraldo vende dor de livros etc. Você deve ter em algum lugar do passado. Visitarei diariamente o seu espaço. Parabéns!

PS - faça a formatação para que as pessoas possam comentar sem precisar de senha. Fica difícil assim. Se quiser te explico, mas é fácil, é só entrar no blog e ir em alterações etc.

Bruno Ribeiro

Márcia Nestardo said...

Pois é, a vida é cíclica! Escrevi este comentário em outro tempo, mas relendo sinto que não muda nada, talvez só um outro peso de lembranças e sentimentos, coisa que não sei como se escreve. Vai aqui do jeito que foi e ainda é:

“Caramba, André! Que lindo.
Venho bisbilhotando neste espaço a pouquinho tempo. O Bastante pra perceber que quero estar mais perto. Na verdade eu queria mesmo era entender a tristeza do Geraldo. Aprender a contar o tempo pelo relógio dele. Descobrir a verdadeira dimensão do riso que me intimida e se arremata com um simples: "Eu sou assim".
Talvez eu só perceba a simplicidade daquela mente travando uma convivência lenta, silenciosa. Pode ser que nunca consiga de fato.
Não sei bem o que vi, nem sei se concordo com minha intuição, mas tenho uma certeza. Poderia ser em qualquer lugar, conhecê-lo noutras circunstâncias... Poderia até ver o Geraldo vendendo lanche na praia... Algo em mim ainda diria - esse é um homem especial."